“Super berlina” elétrica de 1548 cv promete superar a performance do Tesla Model S Plaid e do Lucid Air Sapphire.
A Xiaomi prometeu e cumpriu, batendo o recorde da volta mais rápida ao circuito de Nürburgring, com um protótipo do SU7 Ultra. Ao que parece o gigante tecnológico quer mesmo criar o elétrico mais rápido do planeta e o tempo de 6:46.874 no “Inferno Verde” não deixa margem para dúvidas. Ao volante esteve o piloto britânico David Pittard (vencedor das 24 Horas de Nürburgring de 2023), que conseguiu retirar mais de 20 segundos ao registo do Porsche Taycan Turbo GT. O que é mais impressionante é que este registo do modelo chinês foi obtido em apenas uma tentativa. Outro dado relevante é que o carro perdeu potência durante cerca de 10 segundos – algo que pode ser visto no vídeo aos 4:15 -, o que significa que o tempo poderia ter sido ainda melhor.
O anúncio do recorde do “Ring” coincidiu com a apresentação da versão final da variante de referência do SU7 num evento em Pequim, na China. O modelo de estrada tem os mesmos 1548 cv do protótipo recordista, mas promete não ser tão extremo. O sistema é formado por três motores elétricos (dois “V8” e um “V6”), o que lhe permite superar o débito de potência dos concorrentes Tesla Model S Plaid e Lucid Air Sapphire. Segundo o fabricante, o SU7 Ultra é capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 1,98 segundos, 0-200 km/h em 5,86 segundos e de atingir uma velocidade máxima de 350 km/h. As baterias são CATL Qilin 2.0 que possibilitam um alcance máximo até 630 km (no ciclo chinês CLTC). A juntar a isso, a Xiaomi utilizou sistemas de arrefecimento específicos para o Ultra, melhorou a performance do compressor, da bomba de água, da ventoinha e do radiador. Ao que tudo indica, todas estas mudanças permitem efetuar duas voltas sucessivas ao “Ring” sem sobreaquecer.
O Ultra vem munido de série de travões carbocerâmicos nas quatro rodas e consegue travar 100-0 km/h em 30,8 metros. Os discos da frente têm 430 mm, sendo os maiores encaixados numa berlina de produção. As pinças de travão são da Akebono e consistem em seis pistões à frente e quatro atrás. A Xiaomi optou por uma suspensão e amortecimento pneumático de duas câmaras, podendo em opção encaixar coilovers Bilstein Evo T1 que oferecem 10 níveis diferentes de ajustamento da compressão e ressalto. De fábrica vem também com um sistema de vectorização de binário que ajusta a potência dos motores até 500 vezes por segundo.
Visualmente, o Ultra de produção não é tão radical como o protótipo, uma vez que traz um spoiler pequeno em vez da asa ao estilo da competição. A frente é também mais contida, embora conte com entradas de ar maiores e um novo “splitter” que não existem nas versões normais do SU7. Nota também para o difusor traseiro ativo e para as novas saias laterais. O carro consegue gerar até 285 kg de “downforce”. Por dentro, realce para o novo volante de fundo plano, marca das 12h e com revestimento em Alcantara e detalhes em carbono. Há também apontamentos em Alcantara no tablier e é possível dar um “look” mais desportivo ao painel de instrumentos, sistema de infotainment e HUD. Realce igualmente para a atualização da app Racetrack Master, que possibilita registar as voltas à pista e analisar parâmetros-chave de condução.
A Xiaomi recebeu mais de 3680 encomendas do Ultra nos primeiros 10 minutos em que as encomendas foram abertas. O preço começa nos 105 mil euros, sendo que as primeiras entregas serão consumadas em março.