GT de luxo espanhol totalmente elétrico anuncia 0-100 km/h em 2,6 segundos.
De regresso à atividade, o emblema histórico Hispano Suiza revelou uma versão atualizada do “super” grand tourer elétrico Carmen com inspiração no universo da competição. O Carmen Boulogne – nome em alusão a um dos mais bem-sucedidos modelos de corridas da marca espanhola na década de 1920 – é um modelo de luxo de edição limitada que conta com vários “upgrades” face ao modelo que lhe serve de base. Para já, começa por ter mais 95 cv face ao Carmen original, para um débito total de 1115 cv e 1600 Nm (sensivelmente o mesmo que o Bugatti Chiron W16) com origem no mesmo conjunto propulsor formado por dois motores elétricos (com 557 cv cada). Cada motor, com 557 cv, tem um funcionamento independente, embora sejam coordenados por uma centralina eletrónica, que permite mudar a velocidade relativa de um face ao outro de modo a favorecer a entrada em curva – fazendo vectorização de binário. Este Boulogne mantem igualmente a configuração de traseira do Carmen que foi dado a conhecer ao mundo há precisamente um ano no Salão de Genebra, com três modos de condução: Eco, Sport e Comfort. Os homens da Hispano Suiza apostaram também num aumento da performance, com a inclusão de um novo transistor em carboneto de silício (tecnologia utilizada, por exemplo, no Tesla Model 3, que contribuiu para aumentar a eficiência energética) e uma caixa de velocidade com relações mais longas. Isso contribui para que além de mais potente o novo Carmen Boulogne tenha uma velocidade limitada eletronicamente a 290 km/h em vez de 250 km/h, além de conseguir acelerar de 0 a 100 km/h em 2,6 segundos (em vez de 3 segundos do modelo que lhe serve de base). A alimentar os motores elétricos deste GT de luxo está um pack de baterias de iões de lítio colocado no piso do carro em forma de T com 80 kWh de capacidade e que permite obter uma autonomia superior a 400 km (ainda de acordo com a homologação NEDC). É possível carregar de 30 a 80% das baterias em apenas 30 minutos com um carregador rápido.
Tal como sucede com o Carmen convencional, o Boulogne é feito a partir de um chassis em fibra de carbono. Contudo, a nova criação da Hispano Suiza recorre a vários elementos mais leves que lhe permitiram baixar de 1690 para 1630 kg (sem condutor). A título de exemplo, foi utilizada uma otimizada que possibilitou poupar 25 kg no conjunto, um tejadilho em carbono e um novo sub-chassis mais leve. De modo a vincar de forma mais incisiva o perfil mais desportivo deste Boulogne, o chassis foi sujeito a um conjunto de alterações, nomeadamente a uma suspensão com uma afinação mais rígida que, segundo a marca, torna o modelo mais “previsível e mais fácil de conduzir”. A suspensão tem uma configuração de paralelogramo deformável em ambos os eixos, com triângulos sobrepostos e amortecimento de rigidez regulável. Os travões são da AP Racing com discos carbocerâmicos de 308 mm de diâmetro na dianteira e de 34 mm atrás, com pinças de seis êmbolos à frente. Os pneus são de dimensão 265/30 R19 à frente e 305/30 R20 atrás. O coeficiente aerodinâmico é de 0,325. Visualmente, o Boulogne distingue-se pelos painéis da carroçaria em fibra de carbono exposta e por elementos em tons de cobre, além de perder as coberturas das rodas traseiras. Por dentro, há vários elementos personalizáveis, destacando-se os revestimentos em couro e alcantara, além de comandos futuristas.
Toda a gama Carmen tem uma produção limitada a 19 unidades, mas o Boulogne é limitado a apenas cinco exemplares, a um preço de 1,65 milhões de euros (antes de impostos). As primeiras entregas estão previstas para o início de 2022.
