Acidentes caíram mais do que redução da circulação automóvel

Apesar da colisão ter sido o tipo de acidente mais frequente, foram os despistes a provocarem o maior número de vítimas mortais, em 2020, com cerca de 46% View Gallery 2 photos

Em 2020, a redução da sinistralidade foi superior à queda da circulação rodoviária, devido ao confinamento.

A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) divulgou o relatório de sinistralidade a 24 horas alusivo ao ano de 2020.

Os dados salientam que a diminuição da circulação automóvel motivada pelo impacto do confinamento (por causa da pandemia do novo coronavírus SARS-COV-2) contribuíram para a redução do flagelo da sinistralidade em Portugal.
Em termos globais, comparativamente com 2019, no ano de 2020 observou-se uma melhoria nos principais indicadores de sinistralidade no Continente: menos 9.203 acidentes (-25,8%), menos 84 vítimas mortais (-17,7%), menos 472 feridos graves (-20,5%) e menos 12.496 feridos leves (-28,9%).

Em 2020, registaram-se 26.501 acidentes com vítimas no Continente, dos quais resultaram 390 vítimas mortais ocorridas no local do acidente ou durante o transporte até à unidade de saúde, 1.829 feridos graves e 30.706 feridos leves.

Melhoria para lá do expectável, diz ANSR

A ANSR salienta, porém, que as “reduções verificadas nos acidentes e nas suas consequências são superiores à redução do consumo de combustível rodoviário (-14,4%), e consequentemente à circulação rodoviária. Este facto indicia uma melhoria global de todos os indicadores de sinistralidade rodoviária para além do expectável em período de confinamento”.

A ANSR aponta que, no período compreendido entre 1 de janeiro a 18 de março de 2020, antes do primeiro período de confinamento decorrente do primeiro Estado de Emergência, se tinha verificado já uma redução geral da sinistralidade quando comparada com o mesmo período do ano transato: nessa fase registaram-se menos 424 acidentes (-6,2%), menos 22 vítimas mortais (-22,0%), menos 41 feridos graves (-9,6%), menos 536 feridos leves (-6,5%) e menos 0,25 no índice de gravidade dos acidentes (-16,9%).

Despistes causaram mais mortes

Dos valores de janeiro a dezembro de 2020, a colisão foi a natureza de acidente mais frequente (51,1% dos acidentes, 43,6% dos feridos graves e 55,8% dos feridos leves), apesar do maior número de vítimas mortais ter resultado de despistes (45,9%).

Nos atropelamentos registaram-se menos 11 vítimas mortais (-15,7%) e menos 153 feridos graves (-34,5%).
Quanto ao tipo de via, a maioria dos acidentes, bem como dos feridos, ocorreram em arruamentos: 62,6% dos acidentes, 43,2% dos feridos graves e 60,6% dos feridos leves.

Ainda assim, face a 2019, o maior decréscimo de vítimas mortais e feridos graves, em valor absoluto, registou-se nos arruamentos (-32 e -275, respetivamente).

O maior número de vítimas mortais ocorreu em estradas nacionais (34,6%).

Por comparação ao ano 2019, as maiores reduções percentuais observaram-se nos itinerários principais (-33,3%) enquanto as Estradas Nacionais apresentaram as menores reduções (-5,6%).

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