Corte de mais de 10% dos recursos humanos está relacionado com a primeira quebra nas vendas em quatro anos.
A Tesla vai reduzir globalmente mais de 10% do pessoal, em resposta às alterações no mercado dos carros elétricos. Num email enviado aos trabalhadores da marca norte-americana e que foi publicado online, o CEO da Tesla, Elon Musk diz que este “downsizing” foi uma “decisão difícil”, mas que permitirá enfrentar “uma nova fase de crescimento”. Segundo o gestor, esta redução nos recursos humanos é uma mudança estratégica que possibilitará “reduzir custos e aumentar a produtividade”.
Neste email não é mencionada a desaceleração no crescimento das vendas de carros elétricos a nível global. Em vez disso, Musk atribui este despedimento, , que segundo a Bloomberg será superior a 14 mil pessoas, a “uma duplicação de papeis e de funções em determinadas áreas, que surgiram devido ao rápido crescimento da Tesla nos últimos anos”.
No final de 2023, a Tesla empregava 140.473 trabalhadores, quase o dobro do número em 2020. Durante esse período, o fabricante de carros elétricos abriu novas fábricas, aumentando a produção do Model Y. Contudo, o aumento da oferta, associado a um declínio da procura de modelos 100% elétricos, acabou por levar a uma redução de preços, uma vez que a Tesla pretendia manter-se competitiva face aos seus rivais chineses.
A Tesla anunciou recentemente a primeira quebra de vendas em quatro anos, registando 386.810 unidades vendidas no primeiro trimestre deste ano – menos 8,5% face a período igual do ano passado. A juntar a isso, o valor das ações da Tesla caíram 31% este ano, registando só ontem uma quebra de 1,2% após o anúncio dos cortes com pessoal.
Estes despedimentos não são propriamente uma surpresa para os funcionários da Tesla, uma vez que os responsáveis de cada divisão já tinham sido instruídos a fazer listas de nomes no início deste ano. Já em meados de 2022, a Tesla tinha prescindido de cerca de 10% os seus trabalhadores assalariados.
