Saída de Ghosn ameaça aliança Renault-Nissan-Mitsubishi

Ghosn deverá continuar detido até ao final da próxima semana

Nissan já decidiu afastar o gestor, que ficará preso até ao final da próxima semana.

A detenção de Carlos Ghosn no Japão poderá ameaçar a aliança Renault-Nissan-Mitsubishi. Segundo a Reuters, a Nissan decidiu aprofundar a investigação interna acerca de outras potenciais irregularidades do gestor – além das suspeitas que recaem sobre ele de possível fraude fiscal e de desvio de dinheiro do grupo, na ordem dos 38,5 milhões de euros. Até agora sabe-se que Ghosn terá utilizado recursos da Nissan para comprar casas em Amesterdão, Beirute, Paris e Rio de Janeiro. O valor em causa rondará os 16 milhões de euros. Além de ter votado a saída de Ghosn – após duas décadas à frente da marca -, a administração da Nissan afastou também o seu “número 2”, Greg Kelly.

Em França, o governo – que detém 15% das ações do conglomerado – está a acompanhar com atenção o desenrolar da investigação das autoridades nipónica, mas o gestor de origem brasileira e libanesa já foi afastado dos cargos executivos – com o diretor Philippe Lagayette a assumir o cargo interminamente -, até que haja um desfecho. Isto significa que, apesar de já ter sido afastado da Nissan, Ghosn continuará para já à frente da presidência da Renault.

No momento da sua detenção, num caso que foi despoletado devido a uma denúncia – alegadamente vinda de um membro do departamento jurídico da Nissan -, Ghosn estava a estudar a hipótese de uma fusão considerada “irreversível” entre as empresas. O até aqui “homem forte” da aliançam está sujeito a uma pena até 10 anos de prisão. À luz da lei japonesa, Carlos Ghosn poderá ficar detido até 8 de dezembro.

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