Volkswagen Tiguan Allspace 2.0 TDI 150 cv Highline DSG

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Qualidade, tecnologia e modularidade. Estes são alguns dos atributos já reconhecidos ao Tiguan. Agora, imagine-o com mais dois lugares à disposição. Será que o Tiguan Allspace é o melhor SUV de sete lugares da atualidade?

O que é?

O Tiguan atual cresceu face à geração anterior, fazendo-o subir para o segmento D – o que abriu espaço para o “português” T-Roc, mais abaixo e para uma nova versão que surge de série com sete lugares, especialmente a pensar no mercado norte-americano. Contudo, o Allspace também tem potencial na Europa, numa altura em que os monovolumes estão a perder terreno para os SUV. O Volkswagen Tiguan Allspace cresce a partir do pilar B para trás, tendo mais 109 mm de distância entre eixos – num comprimento total aumentado em 215 mm face ao modelo de cinco lugares. Este aumento de dimensões proporcionou o encaixe de uma terceira fila de bancos, passível de ser ocupada sobretudo por crianças ou, excecionalmente, em percursos curtos, dois adultos. A largura 11 cm superior favorece a habitabilidade, sobretudo nos lugares traseiros – apesar de não ser possível viajarem três adultos na segunda fila com grande nível de conforto, devido ao banco mais duro ao centro e ao túnel central -, e o espaço na mala. Com uma frente com um desenho ligeiramente diferente o Allspace, mantem a mesma mecânica do modelo que lhe serve de base, um dos SUV do segmento D mais reconhecidos do mercado. As portas traseiras também cresceram, o que facilita o acesso ao interior. Esteticamente, é um Tiguan à mesma, mantendo uma boa proporcionalidade.

Para que serve?

Sobretudo para uma utilização familiar. A principal diferença do Allspace para o Tiguan de cinco lugares está no interior. Ao deslizar os bancos da fila do meio e rebatendo-os (na proporção 60:40) é possível aceder, com algum contorcionismo, à última fila, composta por dois bancos individuais, mais baixos. Especialmente concebidos para crianças, estes lugares não são muito apertados. Alguns adultos de estatura média poderão viajar em percursos curtos, uma vez que a posição dos bancos obriga a ter os joelhos muito dobrados, numa posição pouco confortável. Uma solução similar às dos “irmãos” Skoda Kodiaq e Seat Tarraco, mas já conhecida de SUV mais antigos como o Peugeot 5008, Mitsubishi Outlander, Hyundai Santa Fe, Kia Sorento ou Nissan X-Trail, entre outros. Além dos dois lugares extra, o aumento do comprimento do Allspace favorece o espaço na bagageira. Com sete lugares, a sua capacidade é de apenas 230 litros. Um volume apenas indicado para uma ida às compras. Contudo, caso necessite de mais espaço, com a terceira fila rebatida, o volume sobe para 700 litros (mais 85 litros que no Tiguan convencional). Apesar de perder nesse aspeto para o Kodiaq (com 270 e 720 litros, respetivamente), tem uma das maiores malas do seu segmento. Se rebater igualmente a segunda fila, obtém 1775 litros, um número impressionante. A mala não possui um duplo piso, mas conta com um espaço dedicado para encaixar a chapeleira e tem dois compartimentos laterais que favorecem a arrumação.

De resto, todo o interior é igual ao do Tiguan normal, caraterizado pela robustez dos materiais e bom gosto nas decorações, pautadas pela sobriedade. A posição de condução é muito boa, com boa visibilidade, uma ergonomia apreciável e um volante com uma boa pega. O equipamento de série também é significativo. Na versão Highline, destaque para o ar condicionado Climatronic de três zonas, a instrumentação digital Active Info Display, pacote de faróis em LED com luzes diurnas em LED e Dynamic Light Assist, cruise control adaptativo ACC e sensores de estacionamento dianteiros e traseiros.

Ao volante, as sensações não mudam face ao Tiguan de cinco lugares. O comprimento e peso extra (perto de 50 kg) não interferem no comportamento do carro, que continua a ser essencialmente estável e previsível, sem uma dose entusiasmo de assinalar. Em curva, o SUV tende a uma inclinação lateral, mas nada que se torne incomodativo. Há cinco modos de condução à escolha, que modificam o peso da direção, a resposta do acelerador e ajustam a rigidez da suspensão. O modo Normal é o mais equilibrado, permitindo rolar em conforto, num SUV feito sobretudo para uma utilização familiar, sem grande bulício. O amortecimento é algo firme em piso mais degradado, muito por culpa das jantes de 20 polegadas (468 euros). Contudo, a postura deste Allspace é sobretudo virada para o bem-estar a bordo. Apesar de esta ser uma versão 4×2, a altura generosa ao solo de 201 mm deixou-nos à vontade para um ou outro estradão e mesmo alguns obstáculos. A unidade ensaiada, com o motor 2.0 TDI de 150 cv é a mais procurada da gama Allspace. O motor 2.0 de quatro cilindros Diesel mostrou-se particularmente suave, de um modo geral, independentemente da velocidade – sendo a proposta mais equilibrada num equilíbrio entre performance e consumos. Com um funcionamento muito linear, revelou-se especialmente vivo a partir das 2000 rpm. Lançado em autoestrada, é capaz de manter ritmos elevados com facilidade. A caixa de dupla embraiagem DSG brinda-nos com passagens quase impercetíveis, reagindo muito bem nas recuperações. Apenas quando aceleramos a fundo é que tem tendência a “esticar” em demasia as mudanças. No nosso ensaio, raramente fugimos da faixa dos 6 l/100 km. Com muito binário a ajudar a baixos regimes, este motor é mais do que suficiente mesmo com o carro carregado ou mesmo se precisar de um impulso adicional para uma ultrapassagem.

Porque devo comprar?

As qualidades do Tiguan que todos conhecem saem intactas neste Allspace, que ainda beneficia de maior sentido prático. Há muito a elogiar no SUV da Volkswagen, desde o espaço no interior à sua aparência cuidada. Apesar de não ter um comportamento tão entusiasmante como outras propostas do mesmo segmento, tem tudo para agradar numa utilização familiar – sendo, ainda por cima, sempre Classe 1 nas portagens. Recomenda-se sobretudo a famílias que façam muitos quilómetros por ano. Já o preço final poderá ser um fator dissuasor. Uma das aliciantes deste ensaio foi a inclusão do kit exterior R-Line (1.726 euros). Apesar de encarecer o Tiguan Allspace, este pacote torna-o ainda mais apelativo, com os seus detalhes em preto no aileron e grelha (que contempla ainda elementos cromados), para-choques mais desportivos e saias laterais. Entre os mais de 7 mil euros de opcionais, destaque para o sistema de navegação Discover Pro (997 euros) – de funcionamento intuitivo e excelente grafismo -, teto de abrir panorâmico (1.380 euros) e suspensão adaptativa DCC (1.033 euros).

Que opções tenho?

A versão de acesso do Tiguan Allspace, 2.0 TDI 150 cv Confortline, arranca nos 44.781 euros. No nível Highline, com a caixa de dupla embraiagem DSG de sete velocidades, a que ensaiámos, o valor sobe para os 48.471 euros. Se não prescinde de tração integral (apenas disponível com DSG), o preço começará nos 52.917 euros. Existem na gama duas versões mais potentes do motor 2.0 TDI, com 190 e 240 cv, apenas disponível com tração integral e DSG e no nível mais equipado Highline, desde 54.495 e 60.964 euros, respetivamente. A título comparativo, o “irmão” Skoda Kodiaq começa nos 43.082 euros, na versão de equipamento Style com o motor 2.0 TDI de 150 cv DSG 4×2. O Nissan X-Trail 1.6 dCi de 130 cv X-Tronic 4×2 Tekna parte dos 44.045 euros.

Há desconto?

Atualmente, não existe nenhuma campanha em vigor para o Tiguan Allspace.

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