Tavares diz como quer ganhar dinheiro com carros elétricos

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O responsável da PSA antecipa a substituição das atuais plataformas “multi-energia” por plataformas exclusivas para elétricos nos próximos anos.

A legislação relativa à redução das emissões de CO2 tem assumido um papel cada vez mais preponderante na indústria automóvel. No caso das marcas pertencentes ao grupo PSA, tem vindo a ser realizada uma eletrificação em todas as gamas de forma a lidar com as metas propostas pela União Europeia. Eis que agora, na apresentação anual dos resultados do grupo francês, o CEO da PSA, Carlos Tavares, apresentou aos investidores a estratégia que pretende implementar para cumprir a próxima vaga de restrições de CO2 que entra em vigor em 2025.

Para o português, “a nossa estratégia de produção passa por obtermos o controlo das motorizações eletrificadas que utilizamos nos nossos veículos”, tendo como principal objetivo a manutenção das margens de lucro. Esta visão de produzir internamente os componentes dos veículos elétricos possibilitará ainda a existência de um fornecimento fiável de baterias, minimizando a dependência de outros produtores que possam ser afetados pela conjuntura global, e permitirá a criação de postos de trabalho, reduzindo o impacto de um dos principais problemas desta transição. A implementação desta estratégia irá proporcionar uma redução de custos na ordem dos 10%, um fator essencial para que a produção de automóveis elétricos seja viável, como Carlos Tavares afirma: “o cerne da questão não está apenas na redução das emissões, o verdadeiro desafio para o futuro é a forma de como se vai tornar essa redução das emissões acessível aos construtores e ao público”.

Para concretizar esta estratégia, o grupo PSA vai estabelecer diversas “joint ventures”. O primeiro passo será dado em 2022 quando começarem a ser fabricados os primeiros motores elétricos na fábrica de Tremery (França), através de uma parceria com a japonesa Nidec. No mesmo ano, o grupo está a planear construir as primeiras transmissões eletrificadas graças a uma outra parceria com a firma belga Punch Powertrain. Já em 2023, a PSA pretende que as primeiras baterias elétricas estejam a ser produzidas em fábricas situadas na França e Alemanha, uma vez mais em parceria com a francesa Saft. O responsável pelas operações europeias do grupo PSA, Maxime Picat, refere que o plano está a ser processado desta forma porque a PSA não conseguiria fazê-lo sem assinar acordos com outras empresas: “o nosso conhecimento da indústria automóvel, em conjunto com as capacidades destas empresas, resultará numa produção melhor e mais integrada”.

Para terminar, Carlos Tavares, nomeado recentemente como a Personalidade do Ano 2020 pelo júri do World Car Awards, antecipa que as plataformas de veículos 100% elétricos irão substituir as atuais plataformas “multi-energia” por volta de 2024 ou 2025. Ainda assim, nada é garantido, “depende do que o mercado quer. Quando será o momento em que as vendas de veículos elétricos representarão 50% das vendas? Essa é a questão”.

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