Nissan GT-R e 370Z poderão sair da Europa

Nissan GT-R

Plano de redução de custos poderá ainda incluir o fim da Navara no Velho Continente.

A Nissan prometeu apresentar um plano de redução de custos a 28 de maio. Nesse dia, a marca japonesa deverá tornar público um programa que lhe permitirá poupar 2,5 mil milhões de euros. Em primeiro lugar, a agência noticiosa Reuters avança que os cortes obrigarão ao encerramento da marca Datsun – atualmente focada em mercados emergentes. O foco da Nissan passa por apoiar-se mais na parceira de aliança Renault – com o qual partilhará mais produtos – e ainda mais nos SUV, crossovers e comerciais na Europa. Esta decisão deverá redundar na saída dos modelos desportivos do nosso mercado, nomeadamente o GT-R (na imagem) e o 370Z. Dado que a dupla de desportivos não é propriamente nova, o sacrifício deverá acontecer apenas na próxima geração de ambos. Se o GT-R “R36” ainda tem data incerta, o sucessor do 370Z, que se poderá chamar 400Z, já foi “apanhado” em testes recentemente.

O objetivo será prescindir de nicho no mercado europeu, apostando em mercados mais rentáveis como o norte-americano e o chinês. Como tal, a reestruturação da Nissan na Europa poderá implicar também o encerramento da fábrica em Barcelona – que emprega atualmente cerca de 3 mil pessoas -, o que a confirmar-se ditará o fim da pick-up Navara para o nosso mercado. A única fábrica que continuará em funcionamento deverá ser a de Sunderland (no Reino Unido), onde atualmente são feitos o Juke e o Qashqai. De modo a apoiar a continuidade da fábrica, deverão passar a ter a companhia dos Renault Captur e Kadjar. Isto significa que a dupla de SUV de ambas as marcas passará a ser mais alinhada do que é atualmente. Portanto, a garantia dos SUV Qashqai, Juke e X-Trail está garantida, sendo que a gama deverá ser enriquecida em breve com o SUV elétrico Ariya. Em sentido contrário a esta tendência de “downsizing” europeu, a marca premium Infiniti será uma aposta maior no Velho Continente.

A própria relação entre a Nissan e a Renault deverá sofrer alguns ajustes. A marca nipónica ficará incumbida de desenvolver crossovers híbridos, a gasolina e elétricos que, alegadamente, também serão comercializados com símbolo Renault. Do lado dos comerciais e dos citadinos, será a marca francesa a liderar o processo de desenvolvimento, com os nipónicos a adotarem uma política de “badge engineering”. Apesar de partilharem a linha de produção, ambas as marcas da aliança querem manter um design próprio para cada um dos seus modelos.

Apesar do abalo causado pelo coronavírus, a crise da Nissan terá começado com a detenção do chairman Carlos Ghosn, acusado de corrupção.

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