Governo japonês propôs fusão entre Honda e Nissan

Fusão entre Nissan e Honda chegou a estar em cima da mesa

Cenário que ditaria a criação do maior construtor do Japão chegou a ser equacionado caso houvesse uma quebra da aliança entre a Renault e a Nissan.

A crise da aliança da aliança com a Renault terá levado o governo japonês a tentar a fundir a Nissan com os compatriotas da Honda. Segundo o Financial Times, esta seria uma forte possibilidade caso a aliança fosse desfeita. Alias, antecipando esse cenário de rutura, o primeiro ministro Shinzo Abe chegou mesmo a sentar-se à mesa com os responsáveis de ambas as marcas em dezembro do ano passado – ou seja, ainda antes da pandemia da Covid-19. Alegadamente, a união com a Honda, seria uma forma de salvar a Nissan de um possível cenário de bancarrota.

Contudo, ambas as marcas japonesas terão recusado a fusão, que permitiria criar o maior construtor do Japão, com um total 10,4 milhões de carros vendidos por ano. Nenhuma das partes quis comentar esta notícia.

Posteriormente a estas conversações, a aliança Renault-Nissan-Mitsubishi delineou um plano de recuperação financeira global.

Ao que tudo indica, o principal motivo para que esta fusão não avance prende-se com a impossibilidade de partilha de componentes, o que seria fulcral para a redução de custos. Do ponto de vista da Honda, o cenário desta hipotética fusão terá sido posto de parte por ter um modelo de negócio muito mais diversificado face à Nissan, sobretudo fora dos automóveis. E uma união com outro construtor poderia fazer com que perdesse economias de escala que lhe são vitais nesta fase de crise global. A verdade é que a independência da Honda tem sido motivo de preocupação para o governo japonês, apesar de ser o terceiro maior construtor daquele país. Neste momento, a Honda está focada sobretudo nos híbridos e a tentar aumentar a penetração no mercado dos modelos a hidrogénio. Já a aposta da Nissan é sobretudo nos modelos 100% elétricos. Recorde-se que a Nissan foi abalada com a detenção do antigo CEO da aliança, Carlos Ghosn, em 2017, e desde essa altura a situação financeira não melhorou.

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