Stellantis nasce no dia 16 de janeiro

Logo da Stellantis

Acionistas da PSA e da FCA aprovaram com mais de 99% dos votos a criação da nova empresa.

A Stellantis, o nome atribuído à empresa que resulta da fusão entre a FCA e a PSA, foi aprovado com mais de 99% dos votos dos acionistas de ambas as partes. O processo de união será formalizado no próximo dia 16 de janeiro. As ações começarão a ser negociadas a 18 de janeiro na bolsa de Milão e na Euronext em Paris, e no dia seguinte em Nova Iorque. A Stellantis será o quarto maior fabricante de automóveis do mundo (apenas atrás do grupo VW, Toyota e da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi), com mais de 400 mil funcionários e 14 marcas. A produção conjunta em 2019 das marcas do grupo foi de 8,7 milhões de carros e o volume de negócios de 167 mil milhões de euros, com os lucros a rondarem os 7 mil milhões de euros.

Se é verdade que Stellantis será apenas uma designação corporativa, o que significa que os emblemas atuais manter-se-ão tal como os conhecemos, contudo, desta fusão entre os dois grupos deverão resultar mudanças organizacionais. Uma das possibilidades que vem sendo estudada prende-se com a quantidade de marcas do grupo e o possível encerramento de algumas fábricas para racionalizar a produção. A Automotive News Europe avança mesmo que o futuro da Alfa Romeo, Lancia, Chrysler e Dodge é incerto, sendo que as marcas mais fortes do grupo serão a Jeep e a Peugeot. No caso da Alfa Romeo, o seu posicionamento premium pode colidir com a “irmã” Maserati. Até porque a Maserati será o emblema de luxo mais importante da nova empresa. A Lancia tem neste momento apenas um modelo, exclusivo para Itália – o Ypsilon. A própria DS, a atual divisão de luxo da PSA, não escapa a especulações quanto à sua continuidade, nesta fase. Outra dúvida, é saber se será possível que a Opel coexista na Europa com a Peugeot. O objetivo continuará a ser o de tentar puxar a Peugeot para um emblema mais upmarket. A Citroën continuará a ser focada no preço e no estilo e a Fiat será um emblema focado em combater a Dacia. A Jeep continuará a focar a sua atividade nos SUV e procurará reforçar a sua imagem na Europa e a RAM será a marca das pick-up.

Já no caso das marcas norte-americanas, a Dodge deve desaparecer uma vez que o seu portefólio, onde brilham vários “muscle cars”, contrasta com a estratégia da Stellantis – focada nos carros elétricos, condução autónoma e conetividade -, além de em estados como a Califórnia e o Massachussets as emissões de CO2 serem cada vez mais rígidas. Quanto à Chrysler, o facto de não haver novos modelos em vista e de não possuir grande reputação na Europa, pode acabar por condená-la.

O fator de decisão serão as vendas, tal como vem sendo política de Carlos Tavares (que assumirá papel de gestor executivo do novo grupo), de modo a tornar a Stellantis uma empresa rentável. Desta sinergia resultará a partilha de plataformas como a CMP, que será utilizada pela Fiat, Peugeot, Citroën, Opel, Vauxhall, Jeep e, possivelmente, a Alfa Romeo.

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