Nissan suspende desenvolvimento de motores a combustão

Nissan Ariya

A única exceção à eletrificação total serão as pick-up para o mercado norte-americano.

A Nissan suspendeu o desenvolvimento de motores novos a combustão na Europa e em breve fará o mesmo na China e no Japão. Segundo os japoneses da Nikkei, citando fontes próximas da marca, o mercado norte-americano será a única exceção. Neste território continuarão em produção, em número limitado, alguns motores a gasolina para fornecer a pick-up como a Frontier e a Titan, para as quais se prevê que continue a haver uma procura que justifique o investimento.

Doravante, o construtor dedicar-se-á apenas a melhorar os motores de combustão interna que já possui em carteira. Apesar disso, a Nissan continuará a apostar no desenvolvimento de motores a combustão para híbridos e plug-in.

Esta decisão não implica o encerramento de fábricas, sendo que os funcionários que estavam alocados ao desenvolvimento de motores térmicos passarão para projetos relacionados com os novos carros elétricos.

Este foco quase na totalidade em modelos elétricos está enquadrado no plano de investimento de 23 mil milhões de euros da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi. Nesse projeto, a Nissan prevê lançar 15 novos carros elétricos até 2030 (sendo um deles, ainda este ano, o Ariya, na imagem) – prevendo que até essa altura metade das suas vendas globais correspondam a modelos “eletrificados”. Nesta fase não existem muitas alternativas à aposta na eletrificação total, dado que a nova norma Euro 7, que entrará em vigor no início de 2025 na Europa, obrigará a um aumento substancial dos custos de desenvolvimento de novos motores de modo a cumpram a lei.

Além de eletrificar a sua gama, a Nissan pretende investir fortemente na reciclagem de baterias. Até 2026, segundo o plano do grupo, 80% dos modelos deverão partilhar a sua plataforma. Além disso, a aliança pretende produzir até 220 GWh de baterias até 2030. A marca japonesa está ainda nesta altura a desenvolver baterias de estado sólido, prevendo que estas cheguem à produção em larga escala em 2028 a um preço 65% mais baixo face às células atuais. A aliança estima um preço a rondar os 60 euros por kWh.

A confirmar-se esta decisão, a Nissan tornar-se-á no primeiro construtor japonês a suspender o desenvolvimento de motores novos a gasolina e Diesel.

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