O dispositivo de proteção do cockpit dos carros de Fórmula 1, tornado obrigatório por regulamento esta temporada pela Federação Internacional do Automóvel, pese embora nunca ter merecido a generalizada simpatia dos adeptos e de muitos pilotos, acabou de salvar a primeira vida: Charles Leclerc foi atingido pelo McLaren de Fernando Alonso e o halo do Alfa Romeo Sauber susteve o impacto. O piloto saiu ileso.
Aconteceu na partida para o Grande Prémio da Bélgica: o Renault de Nico Hülkenberg falhou a travagem para a primeira curva, projetou o McLaren pelo ar e, de caminho, o carro cor de laranja atingiu o Sauber, um Red Bull e, este último, um Ferrari. Nas várias repetições exibidas na transmissão televisiva foi possível perceber que há um momento claro em que o McLaren voador atinge o Sauber – não estivesse o halo, possivelmente teria atingido Charles Leclerc no capacete e nos braços. Nunca saberemos se teria acontecido e podemos apostar que o piloto monegasco não está interessado em esclarecer a dúvida. A sua vida, para todos os efeitos mais importantes, foi salva pelo halo, algo que ele fez questão de destacar nas suas páginas em redes sociais.
Uma das imagens que mais circula pelo mundo é a do Alfa Romeo Sauber resgatado para fora de pista, com as terríveis marcas do impacto no halo, enegrecido, com rachaduras, testemunho evidente do impacto provocado pela carambola.
O halo é um dispositivo de retenção contra impactos e projeção de objetos adotado para todas as competições de monolugares realizadas sobre a égide da FIA – ou já está em utilização, ou estará dentro de um ano. A estrutura aureolar assenta em três pontos, um de cada lado do cockpit e outro ao centro, com uma haste vertical posicionada diante dos olhos do piloto. É capaz de suster uma carga vertical equivalente ao peso de um autocarro de dois andares.
A imposição do halo não foi do agrado dos adeptos, primariamente por motivos estéticos, como a Auto Drive deu a conhecer na sua edição de lançamento. Rapidamente o assunto se transformou… num não-assunto, a partir do momento em que, desportivamente, a época de Fórmula 1 de 2018 se transformou num espetáculo ímpar, protagonizada pelo duelo pelo título entre Lewis Hamilton e Sebastian Vettel – o primeiro é o líder do campeonato e o segundo ganhou a corrida da Bélgica.
