Mercedes-Benz CLA Coupé: 180d ou 200?

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O CLA continua a conquistar o público devido à elegância das suas linhas. Mas na hora de comprar o modelo da nova geração, qual a melhor opção de acesso à gama: Diesel ou gasolina?

O que é?

A primeira geração do Mercedes-Benz CLA vendeu 750 mil unidades em cerca de seis anos. E agora que chegou a segunda geração, incorporando o nome próprio Coupé – por ser um coupé de quatro portas -, o modelo compacto de Estugarda tem tudo para continuar a merecer a preferência de quem esteja à procura de um compacto com aspeto de mini-CLS ou, simplificando as coisas, de um Classe A berlina com um pouco mais de estilo. Nesta segunda encarnação, a Mercedes-Benz aposta num modelo com um perfil coupé um pouco mais assumido e com dimensões mais proporcionais – algo possível com a utilização da nova plataforma. A frente está mais inclinada, os faróis mais estilizados, os farolins e os para-choques traseiros foram resenhados. Começando precisamente pelas dimensões, o novo CLA Coupé tem agora 4,69 metros de comprimento (mais 4,8 cm face ao antecessor), 1,83 m de largura (mais 5,3 cm) e 1,44 m de altura (menos 2 cm). Contudo, o mais significativo foi o aumento de 6,3 cm no eixo dianteiro e de 5,5 cm no eixo traseiro. A distância entre eixos é de 2,73 m. São mais 3 cm que não se refletem de forma evidente na habitabilidade, sobretudo nos lugares traseiros, onde os ocupantes mais altos continuam a ter dificuldades no acesso (apesar de não ser preciso ser um contorcionista para entrar no carro) e especialmente no espaço em altura. À frente o espaço é ajustado a uma pessoa até 1,80 m de altura. A mala tem agora 460 litros de capacidade, menos 10 litros do que antes – uma diferença pouco evidente, com a boca de carga a assumir uma forma mais ampla e prática, e os bancos traseiros a poderem rebater na proporção 40/20/40. Quem esteja à procura de mais volume tem sempre a opção da CLA Shooting Brake. O novo CLA Coupé está também mais aerodinâmico, com um coeficiente de 0,23. Mas a principal revolução neste compacto está no interior, não só em termos da qualidade dos materiais utilizados como no aspeto moderno e tecnológico. Destaque para os dois ecrãs gémeos de instrumentação digital e infotainment (muito funcional e com excelente grafismo) que podem ir até 10,25”, com enfase para a inclusão do novo assistente por voz “Hey Mercedes”. Na zona inferior do tablier é possível encontrar alguns plásticos menos nobres. Entre os sistemas de assistência à condução, o sistema ativo de permanência na faixa torna-se um pouco intrusivo.

Para que serve?

O CLA Coupé não mudou apenas por dentro e por fora. Uma das novidades mais importantes é por ventura a melhoria substancial no capítulo do conforto. Mesmo nas duas unidades ensaiadas AMG Line, munidas de uma suspensão desportiva rebaixada, a qualidade do amortecimento é muito acima da média. A direção Direct Steer leve e precisa contribui para um rolamento da carroçaria excecionalmente bem controlado. O novo modelo pisa melhor, é mais sólido, com melhores acabamentos e mais bem insonorizado face ao modelo anterior. A excelência dos bancos estilo bacquet contribui de forma decisiva para termos esta imagem de conforto.

Neste teste à nova geração do coupé de quatro portas, quisemos aferir qual seria a melhor opção de acesso à gama: o Diesel 180d com 116 cv e o gasolina 200 com 163 cv. Comecemos pelo Diesel, que surge equipado com um motor 1.5 de quatro cilindros turbo OM608 de 116 cv (desenvolvido pela Daimler em conjunto com a Renault), acoplado a uma caixa de dupla embraiagem de sete velocidades. O motor dotado de um turbo de geometria variável controlado eletronicamente, novo intercooler e maior capacidade de injeção (entre 1600 e 2000 bar) mostrou-se bastante capaz de puxar pelos 1480 kg deste CLA e os 260 Nm de binário máximo disponível logo desde as 1700 rpm tornam-no responsivo na maioria das situações – melhorando de forma significativa face ao anterior CDI de 109 cv (30 kg mais pesado). Independentemente do modo de condução selecionado (Eco, Comfort, Sport ou Individual), a caixa DCT7 com patilhas no volante mostra-se algo lenta a reagir, sobretudo com uma condução mais empenhada. O modo Sport parece-nos contranatura para o CLA e o modo Eco torna-o demasiado pacato. Os adjetivos que melhor caraterizam este motor Diesel são sobriedade e discrição. O comportamento deste CLA Coupé é neutro, na melhor medida possível, pautando-se por uma maturidade muito superior face ao seu antecessor. Em autoestrada mostra-se muito mais consistente, aproximando-se dos índices de “estradista” do “irmão” maior CLS. Apesar de não anunciar prestações brilhantes (0-100 km/h em 10,7 segundos e uma velocidade máxima de 205 km/h), e de sentirem algumas vibrações e ruído em excesso do motor, esta versão 180d compensa pela boa média de consumos (5,4 l/100 km, no final do nosso ensaio). Sem grandes preocupações com o acelerador a média foi de 6,7 l/100 km e em autoestrada rolámos muitas vezes abaixo dos 5. Entre os 8 mil euros de opcionais da unidade ensaiada, destaque para a Linha AMG (3700 euros), Pack Premium (3850 euros) e teto de abrir panorâmico em vidro (1150 euros).

Passando para o motor 1.3 de quatro cilindros turbo de 163 cv e 250 Nm, que equipa a versão 200, o CLA Coupé tem melhores prestações face ao Diesel, sem ser muito guloso. Este motor carateriza-se pelo refinamento e isenção de vibrações, apesar de se tornar algo ruído quando é “apertado” e de não ter um som particularmente entusiasmante. Também não tem o fulgor do 2.0 de 224 cv da versão cima CLA Coupé 250. O 200 surge acoplado à mesma caixa de dupla embraiagem de sete velocidades do 180d, que sofre de esporádicas hesitações. Bem calibrado para uma utilização quotidiana, o CLA 200 é uma versão que garante uma média de consumos de 7,5 l/100 km. Na unidade ensaiada, as jantes de 19” prejudicam ligeiramente o conforto em mau piso e aumentam o som de rolamento. Entre os 11 mil euros de opcionais da unidade ensaiada, destaque para o pack Premium, Linha AMG, teto de abrir, caixa DCT7 (2250 euros).

Porque devo comprar?

Este CLA é muito superior ao antecessor. Falando da concorrência interna, o formato da traseira deste CLA torna-o mais especial face ao Classe A. Mas tem de se gostar mesmo muito da estética coupé deste CLA, pois é substancialmente mais caro face ao A convencional. O Classe A Berlina é mais barato, mais espaçoso e oferece o mau grau de tecnologia. Dinamicamente e sobretudo ao nível do conforto ganha pontos face ao Classe A (cinco portas e berlina). Apesar de nenhum destes motores de acesso à gama CLA Coupé (180d e 200) transmitirem sensações fortes no que toca ao prazer de condução, devido à proximidade de preços, a nossa escolha recai na versão a gasolina – apesar de registar consumos mais elevados.

Que opções tenho?

A gama CLA Coupé é composta pelos Diesel 180d, disponível com caixa manual e automática, 200d com motor 2.0 de 150 cv e 220d com um 2.0 de 190 cv, ambos com caixa auto. A gama a gasolina é constituída pelo 200 (com opção manual e automática), 250 (automático) e aquele que é atualmente o topo de gama AMG CLA 35 4Matic Coupé com 2.0 de 306 cv e caixa automática. Cingindo-nos às versões de acesso, o 180d começa nos 37.850 euros na versão manual. Esta versão é cerca de 7 mil euros mais cara face ao A Limousine equivalente. No caso da versão a gasolina de acesso 200, o CLA Coupé começa nos 38 mil euros, que contrastam com os 31.550 euros do Classe A Limousine equivalente. Já noutro patamar de preço, o CLA Coupé 200d começa nos 43.700 euros e o 250 nos 47.299 euros.

A grande vantagem é que o CLA Coupé não tem concorrência direta noutras marcas – o único que nos lembramos é o Hyundai i30 Fastback, com outro posicionamento de preço – começando nos 20.563 euros na versão 1.0 T-GDI de 120 cv.

Há desconto?

Não há campanhas em vigor.

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