Primeiro Porsche 911 híbrido tem 541 cv

Porsche 911

O 911 GTS “eletrificado” junta um novo motor 3.6 de seis cilindros boxer com um motor elétrico, surgindo acoplado exclusivamente a uma caixa PDK.

A Porsche revelou o primeiro 911 híbrido. Trata-se do 911 GTS, que surge integrado neste facelift do desportivo, e que tem a particularidade de adotar o sistema T-Hybrid. Este sistema congrega o novo motor 3.6 de seis cilindros boxer turbo, um motor elétrico na caixa de velocidades PDK e uma bateria de iões de lítio compacta arrefecida a líquido. Este “set-up” permite que o renovado 911 GTS de tração traseira – que se posiciona abaixo do Turbo e do GT3 – tenha 541 cv e 610 Nm (mais 61 cv e 40 Nm face ao antecessor que utilizava um motor 3.0 de seis cilindros biturbo). Segundo o fabricante, estes números refletem-se numa redução de 0,4 segundos no tempo da aceleração de 0 a 100 km/h que agora é cumprida em 3 segundos. Por sua vez, os 0-200 km/h é feito em 6,8 segundos (menos 0,9 seg.) e os 0-300 km/h em 10,5 segundos (menos 1,1 seg.), além de a velocidade máxima passar a ser de 312 km/h (mais 1 km/h). Estas melhorias surgem apesar do incremento de 50 kg no conjunto, que agora regista 1595 kg na balança. A contribuir para o aumento de peso estão os 27 kg da bateria colocada na dianteira – facto que contribui para uma melhor distribuição de peso que agora é de 37:63. Este conjunto “eletrificado”, sem modo elétrico, permite suplantar substancialmente o registo no circuito de Nürburgring, com uma volta a ser agora cumprida em 7 minutos e 16.93 segundos – 8,7 segundos mais rápido face ao antecessor, num tempo que passa a estar alinhado com o do 718 Cayman GT4 RS e que fica apenas a 4 segundos do 918 Spyder.

O T-Hybrid (Turbo Hybrid) integra um novo turbo da Borgwarner que dispõe de um sistema de recuperação de energia que opera através da recolha de gases de escape. Esta solução tem um funcionamento similar ao sistema propulsor 2.0 V4 a gasolina híbrido do 919 de Le Mans, capaz de recuperar até 11 kW de energia cinética. Este sistema, juntamente com a regeneração de energia na travagem, permitiram à Porsche utilizar uma bateria com 1,9 kWh de capacidade que não necessita de carregar na tomada. Aliás, segundo Frank Moser, o responsável pelo projeto do 911, mesmo a 312 km/h o carro continua a armazenar energia na bateria. A introdução de um compressor elétrico permitiu aumentar a aceleração dos gases de escape através do turbo, levando a um aumento mais rápido e linear da pressão da sobrealimentação numa gama mais ampla de rotações, para uma resposta e acelerações acrescidas. Por si só o novo motor boxer debita 485 cv e 570 Nm, sendo que o motor elétrico em forma de disco da ZF integrado na parte dianteira da caixa de dupla embraiagem acrescenta 54 cv e 150 Nm, operando até 7500 rpm. Juntos permitem atingir 6500 rpm, numa faixa de utilização que vai de 1950 a 6000 rpm. A bateria e o inversor obrigaram a reduzir em 6 litros o tamanho do depósito de combustível, agora com 84 litros de capacidade. Entretanto, a bateria convencional de 12V foi movida para debaixo do banco traseiro. O novo GTS está também disponível com tração integral, o que significa que o sistema T-Hybrid poderá vir a ser integrado no 911 Turbo e no Carrera 4.

Aerodinamicamente, o 911 beneficia de novas entradas de ar ativas (uma em cada lado), que operam dependendo da necessidade de arrefecer os radiadores e os travões. A zona inferior traz um para choques com um radar e sensores ultrassónicos, com os piscas agora integrados nos faróis LED matrix de série. Atrás, realce para os farolins OLED, para o spoiler redesenhado e para o difusor reconfigurado. Com o kit aerodinâmico opcional, o 911 GTS consegue reduzir o efeito de arrasto, desenvolvendo 10 kg de downforce a 312 km/h. As jantes também foram otimizadas, contribuindo para um Cx reduzido de 0,32 para 0,27 (um novo recorde para um 911). Por dentro, o novo modelo foi reformatado, passando a incluir instrumentação totalmente digital e integrando novas funções do sistema híbrido no ecrã central tátil.

Os preços deste facelift do 911 começam nos 160.540 euros para o Carrera coupé (que estará disponível a partir do final do verão). Por sua vez, o 911 GTS coupé (que chega no final do ano) arranca nos 213.550 euros.

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