O emblemático modelo revolucionou o mundo dos desportivos e deixou uma importante marca no desporto automóvel.
Existem modelos que ficam para a história devido às conquistas que alcançaram no desporto automóvel, graças às inovações que introduziram ou até em virtude das versões de produção que despertaram a paixão do “comum dos mortais”… O Renault 5 Turbo é o caso raro de um veículo que consegue reunir todas essas premissas, com o acréscimo de ter sido um dos automóveis mais memoráveis que participou no Campeonato Nacional de Ralis.
A curiosa história do icónico Renault 5 Turbo tem origem em 1976, numa viagem noturna a bordo de um Renault 16 na qual estavam presentes Henri Lherm e Jean Terramorsi, um dos principais impulsionadores da tecnologia turbo no departamento de competição da Renault. No meio da conversa surgiu a ideia de criar o primeiro modelo francês de produção equipado com turbocompressor. O conceito acabou por ser aprovado pelos responsáveis máximos e os engenheiros puseram, de imediato, mãos à obra. Dois anos mais tarde, a Renault decidiu revelar à comunicação social o desenvolvimento desse projeto que recebeu o nome de código “822”. Com o piloto Guy Fréquelin ao volante, foram concebidos vários protótipos com o objetivo de encontrar a afinação ideal para obter o máximo desempenho possível na competição, enquanto se pensava simultaneamente na versão de produção necessária à homologação.
Passado algum tempo, em janeiro de 1980, foi apresentada ao público a versão de produção do modelo que havia de marcar de forma indelével a história da marca com sede em Boulogne. O Renault 5 Turbo utilizava um eixo dianteiro derivado da versão Alpine que, conjugado com um novo eixo traseiro 23 cm mais largo, permitia ao desportivo assinalar uma agilidade impressionante. Propulsionado por um motor de quatro cilindros em linha, colocado em posição central e alimentado por um inovador turbo Garret T3 com 0,9 bar, o desportivo debitava 160 cv de potência e 214 Nm de binário. Números impressionantes para um automóvel com apenas 970 kg de peso. Com o processo de produção dividido em três fases distintas, foram produzidas apenas 400 unidades da primeira versão do modelo, o número necessário à homologação. A produção em massa do modelo apenas seria engendrada na sua segunda versão.
No que diz respeito à competição, o Renault 5 Turbo marcou o regresso do construtor francês aos ralis e obteve quatro vitórias em diferentes provas do Campeonato do Mundo pelas mãos de Jean Ragnotti e do “nosso” Joaquim Moutinho (ainda hoje é o único piloto português a alcançar esse feito). Quanto à equipa oficial da Renault nos ralis nacionais, poderá ficar a conhecer a história em maior profundidade na edição #31 da autoDRIVE.
