Peugeot 108 e Citroën C1 não terão sucessão

Peugeot 108

Grupo PSA apoia-se na fraca prestação comercial para não investir numa nova geração de citadinos.

A PSA confirmou que os citadinos Peugeot 108 (na imagem) e Citroën C1 não terão sucessores, segundo Automotive News Europe. O grupo francês apoia-se nos números de vendas e na dificuldade em tornar lucrativo o investimento para justificar a sua saída do segmento dos citadinos. Esta decisão surge ainda antes de concluído o processo de fusão com FCA – algo que deverá acontecer apenas no primeiro trimestre de 2021 -, que tem na sua gama de citadinos dois dos seus pilares de vendas: o 500 (que já tem, inclusivamente, uma versão elétrica) e o Panda. Como tal, uma das hipóteses que chegou a estar em equação seria a de fazer uma nova geração de citadinos da PSA com recurso a plataformas da FCA, algo que aparentemente não vai acontecer.

A PSA já tinha concordado romper com a joint venture que atualmente vigora com a Toyota para a produção dos seus modelos. Ao que parece a marca japonesa ainda está a equacionar continuar sozinha na produção de um sucessor do atual Aygo, que poderá vir a ser um híbrido. Recorde-se que o trio C1, 108 e Aygo é atualmente produzido na fábrica da Toyota na República Checa.

Um dos maiores constrangimentos dos fabricantes neste segmento prende-se com a necessidade de tornar os motores a combustão cada vez mais eficientes em termos de emissões de CO2 – numa altura em que a União Europeia promete medidas cada vez mais restritivas até 2030. O que sobrecarrega ainda mais os custos num segmento já si pouco lucrativo.

Para já, a PSA ainda não se pronunciou oficialmente acerca da continuidade dos dois modelos do segmento A depois do atual ciclo de produto.

De acordo com a IHS Markit, as vendas do segmento A caíram de 10,9% em 2010 para 7,4% em 2019, ao cabo que as do segmento B mantiveram-se nos 30%.

Como tal, várias marcas já se anteciparam em descontinuar os seus modelos de acesso à gama, nomeadamente a Opel que acabou com o Adam e o Karl, por exemplo. O próprio Smart deixará de ser feito em conjunto com o Renault Twingo e sobreviverá com capital chinês. Outros fabricantes procuram soluções alternativas, como a Citroën com o elétrico “low-cost” Ami, que é fabricado em Marrocos.

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