Hyundai suspende desenvolvimento de motores a combustão

Motor Hyundai N

Entretanto, os coreanos poderão também pôr em “pausa” o projeto do hidrogénio, apostando todas as fichas nos carros elétricos.

A Hyundai suspendeu o desenvolvimento de motores de combustão interna, de forma a acelerar a sua transformação num fabricante dedicado apenas a carros elétricos. O encerramento do departamento responsável pelo desenvolvimento de motores a gasolina e Diesel poderá ainda coincidir com o congelamento do desenvolvimento de tecnologia “fuel cell”.

De acordo com o jornal Korea Economic Daily, citando fontes da marca, a Hyundai fechou o departamento de desenvolvimento de motores a combustão em Namyang, na Coreia do Sul, a 23 de dezembro. O recém-empossado responsável de desenvolvimento Park Chung-Kook, o substituto do jubilado Albert Biermann, enviou um e-mail às 12 mil pessoas relacionadas com o departamento deixando claro que o caminho é a eletrificação. Esta decisão implica a alocação das pessoas até aqui ligadas a antigo departamento ao do desenvolvimento de motores elétricos, deixando apenas alguns funcionários para acertar os “antigos” motores a combustão. As instalações do “velho” centro de motores térmicos estão a ser convertidas num centro de testes para carros “zero emissões” e a zona dedicada à criação de motores a combustão de alta performance, da divisão Hyundai N, ficará responsável futuramente pelo desenvolvimento de sistemas propulsores elétricos de alta performance. Ao mesmo tempo, a Hyundai integrou no centro de desenvolvimento de carros elétricos um departamento dedicado à criação de baterias, concentrando-se em novos materiais para baterias e semicondutores – particularmente relevantes para a mobilidade elétrica e condução autónoma. O CEO do grupo Hyundai, Chang Jae-Hoon, anunciou recentemente que a viragem rumo à eletrificação total tem como objetivo vender mais de 1 milhão de carros elétricos até 2025. Para já, o grupo compromete-se em converter a marca de luxo Genesis num emblema 100% elétrico em 2030 e a fazer o mesmo com a Kia e Hyundai na Europa em 2035.

Entretanto, o The Chosun Ilbo avança que os sul-coreanos terão também puxado o travão de mão na pesquisa e desenvolvimento da tecnologia de pilha de combustível, alegadamente devido à fraca recetividade. A produção e as vendas estão abaixo das previsões iniciais, além de que os custos estão a cair a um ritmo demasiado reduzido e o preço do hidrogénio continua elevado e a sua infraestrutura de postos de carregamento é curta. A confirmar-se esta informação, o grupo asiático suspendeu um carro a hidrogénio da submarca Genesis logo no seu primeiro ano de desenvolvimento, embora os restantes projetos em curso possam ainda vir a materializar-se. Recorde-se que em setembro a Hyundai tinha apresentado uma estratégia a longo-prazo que previa uma forte penetração do hidrogénio no mercado de particulares até 2040. Segundo as previsões da marca, os modelos elétricos e a hidrogénio teriam o mesmo preço em 2030. Entretanto, um porta-voz da Hyundai disse ao jornal Maeil Business que esta notícia é falsa.

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