Alpine poderá sobreviver como fabricante de carros elétricos

Alpine A110

Submarca da Renault deverá tornar-se a Tesla francesa, recorrendo à nova plataforma CMF-EV da aliança.

Na sexta-feira passada, a Renault anunciou um plano de reestruturação profunda com vista a reduzir 2 mil milhões de euros de custos fixos nos próximos três anos. Apesar de este “downsizing” não implicar para já o encerramento de nenhuma fábrica e de ainda não ter sido anunciado o fim de nenhum modelo em específico, ainda antes de ter sido comunicado o novo plano já se especulava acerca de algumas das próximas “vítimas” na gama do grupo Renault. Uma das mais faladas é a do Alpine A110 (na imagem), cujo futuro poderá estar comprometido devido à iminente reconversão da histórica fábrica de Dieppe (outrora a sede da Renault Sport) no final do ciclo de produção do atual modelo – no mínimo em 2023. Acerca deste tema, o chairman da Renault, Jean-Dominique Senard foi muito claro: “uma fábrica como Dieppe produz sete carros por dia, e nenhum gestor responsável pode continuar a permitir que isso aconteça”. Outro dos motivos que tem dado azo a especulações acerca do futuro da Alpine a longo-prazo é a saída de alguns dos responsáveis pelo desenvolvimento do projeto do atual A110.

Durante a sua apresentação aos jornalistas, Senard admitiu que estão a ser estudadas formas de a Alpine e da própria fábrica de Dieppe acrescentarem valor ao grupo. Contudo, apesar de o futuro da recém-criada submarca estar indefinido, pelo menos até à tomada de posse do novo CEO Luca de Meo – o que acontecerá em julho -, poderá haver uma nova vida para a Alpine como fabricante de carros elétricos, segundo a Autocar. O objetivo do grupo francês poderá ser o de fazer uma espécie de Tesla francesa ou na linha do que a Volvo fez com a Polestar, combinando desportividade, luxo e ecologia. Seguindo esta linha de raciocínio, os novos modelos da Alpine utilizariam a nova plataforma de modelos elétricos da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, a CMF-EV – cujos modelos serão produzidos em Douai. Esta decisão permitiria fazer maiores economia de escala, tornando a Alpine economicamente viável e tornando até possível um sucessor para o A110 atual – que vendeu apenas 4835 unidades em 2019.

Numa entrevista à Autocar, o responsável de design da Renault, Laurens van den Acker, reconheceu que “é inevitável eletrificar a Alpine” no futuro não só devido à necessidade de cumprir com as normas ambientais, mas porque “as expectativas das pessoas vão mudar e vão empurrar-nos nessa direção”.

Ainda seguindo o mesmo raciocínio, o novo CEO, Luca de Meo, poderá optar por fazer da Alpine o mesmo aquilo que fez com a Cupra na Seat – uma marca desportiva de ambições premium e focada em tecnologia inovadora.

1 Comment

  1. OK mas além de fazerem carros eléctricos e que tal fazer uma versão um pouco mais “back to basics” com um motor 1.3 e caixa manual de 6 ??? Era capaz de ser giro….

Deixe um comentário

*