Mercedes-AMG confirma híbrido V8 de 804 cv

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Novo AMG-GT73e de quatro portas será o primeiro modelo a utilizar o sistema plug-in E-Performance. Segue-se o sucessor do C63 com um quatro cilindros de 650 cv.

A Mercedes-AMG já tinha alguns modelos 43 e 53 com tecnologia “mild hybrid”, mas daqui para a frente a aposta incidirá nos plug-in. Em causa estão dois sistemas a lançar com a sigla E-Performance: um de quatro cilindros que será aplicado em primeira instância no sucessor do C63 e outro de base V8 a lançar no AMG GT de quatro portas, provavelmente com a designação GT73e.

Ambas as configurações destes PHEV de tração integral acrescentam cerca de 200 kg ao conjunto. E, ao contrário do que é habitual em outros híbridos plug-in, estes AMG E-Performance tem o motor elétrico eixo posterior juntamente com a bateria e a transmissão – o que ajuda a melhor distribuição de peso e permite uma maior proximidade dos componentes. Desenvolvida em colaboração com os britânicos da High Performance Powertrains, parceiro da Mercedes-Benz na Fórmula 1, a bateria compacta de 400V composta por 560 células de iões de lítio de forma cilíndrica é arrefecida a líquido (através de um circuito de 14 litros), pesa 89 kg e tem 6,1 kWh de capacidade (dos quais são aproveitados na realidade apenas 4,8 kWh). A AMG utiliza um motor elétrico de 150 kW/201 cv e 320 Nm (às 13.500 rpm) num “overboost” máximo com 10 segundos de duração e 70 kW/94 cv o resto do tempo – permitindo que haja sempre energia elétrica à disposição para mover as rodas e capacidade suficiente para recuperação de energia. Tal como sucede com o Porsche Taycan, este AMG tem uma caixa de duas velocidades acionada eletricamente para o motor elétrico, o que contribui não só para arranques fortes, mas também para manter uma boa capacidade de aceleração a alta velocidade – sendo que a segunda relação só é engrenada acima dos 140 km/h. Este motor elétrico envia potência para as rodas dianteiras, embora esta possa divergir para o eixo dianteiro, quando o carro está em modo 100% elétrico e num dos vários modos híbridos à disposição. O sistema de tração integral totalmente variável 4Matic+ permite que o motor elétrico faça rodar o eixo de transmissão, canalizando a potência para o eixo da frente com o mesmo hardware utilizado para mover as rodas traseiras. O motor térmico utilizado é o M176, um V8 4.0 biturbo, a funcionar em conjunto com uma caixa automática de nove velocidades com conversor de binário, que tem no atual AMG GT 63 S o seu expoente máximo a debitar um máximo de 630 cv. Ao todo, o novo sistema AMG E-Performance oferece um máximo de 804 cv e 1000 Nm – o suficiente para efetuar acelerações de 0 a 100 km/h em cerca de 3 segundos, segundo dados preliminares da AMG. Este sistema E-Performance de base V8 deverá ser também incluído no S73e e no SL73e.

A Mercedes-AMG apresentou ainda uma variante deste sistema E-Performance adaptado ao motor M139 2.0 de quatro cilindros (que futuramente será utilizado numa disposição longitudinal) com “mais de 450 cv” (segundo a marca), a funcionar em combinação com uma caixa automática de nove velocidades e com um turbo elétrico (solução que também será adotada no Project One). A marca de Estugarda ainda não divulgou valores finais deste sistema, que fará a sua primeira aparição no sucessor do C63 a lançar no arranque de 2022, mas se lhe juntarmos os 150 kW/201 cv do motor elétrico estaremos a falar de números a rondar os 650 cv – bem acima dos 510 cv do C63 S de motor V8 da geração que agora terminou o seu ciclo de vida.

Uma das caraterísticas deste sistema AMG E-Performance é o elevado nível de travagem regenerativa, com a desaceleração a ser realizada pelo motor elétrico. À disposição estão três níveis de regeneração, incluindo a possibilidade de conduzir apenas com um pedal (tecnologia utilizada no Nissan Leaf, p.ex.) – útil sobretudo em cidade. No nível máximo de regeneração será possível recuperar até 90 kW de energia elétrica, diz a Mercedes. A AMG também utiliza o motor elétrico em conjunto com o controlo de estabilidade, com o motor elétrico a reduzir o binário para compensar sempre que detetar perdas de tração. Só em último caso é que o ESP intervém. O sistema opera possui um diferencial antideslizamento traseiro controlado eletronicamente em substituição do convencional diferencial traseiro, sem contacto direto com o motor a combustão. Essencialmente, o sistema E-Performance providencia o máximo de binário sem que seja necessário ter a bateria carregada, numa abordagem similar à que é utilizada no sistema propulsor dos F1, segundo a Mercedes-Benz. O condutor terá à disposição cinco modos de condução: Electric, Comfort, Sport, Sport+, Race e Individual.

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