Nova variante do supercarro híbrido plug-in recebe mais potência e um kit aerodinâmico específico.
Até agora, os modelos XX da Ferrari destinavam-se apenas para pista, mas isso mudou com os novos SF90 XX Stradale e SF90 XX Spider. A marca italiana construirá 799 unidades do hardtop, cujas primeiras entregas serão consumadas no segundo trimestre de 2024, e 599 do droptop, que se materializarão no último trimestre do próximo ano – 1398 ao todo. Do ponto de vista mecânico, esta dupla de modelos de estrada continua a utilizar o mesmo sistema do SF90 Stradale convencional, formado por um motor V8 4.0 biturbo assistido por três motores elétricos (dois no eixo dianteiro e outro colocado entre o motor e a transmissão). Contudo, a potência aumentou em 30 cv, para os 1030 cv. Isto foi possível graças a um aumento da potência extraída do motor a combustão, que passou a debitar 797 em vez de 780 cv. O bloco recebeu novos pistões, adaptações na câmara de combustão, mas também condutas de admissão e de escape polidas. Além disso, o reposicionamento do sistema de admissão permite que haja mais som vindo do motor no habitáculo. Os engenheiros conseguiram igualmente eliminar o sistema de ar secundário, poupando 3,5 kg. Os motores elétricos também debitam mais potência, 233 cv no total. A bateria mantem-se com 7,9 kWh de capacidade, garantindo até 25 km de autonomia e permitindo uma velocidade máxima de 135 km/h em modo EV. Nova é também uma função de “overboost” dos motores elétricos, herdada da F1, quando o SF90 XX está no modo Qualifying. Este sistema possibilita debitar mais potência nas saídas das curvas, o que permite ganhar 0,25 segundos por volta no circuito de Fiorano, segundo a marca. A bateria tem capacidade para efetuar até 30 desses “overboosts”. A caixa de velocidades de dupla embraiagem e com sete velocidades recebeu uma atualização de software que acrescenta um ruído aquando das passagens de caixa semelhante ao do ruído de escape em altas rotações. Ambas as variantes anunciam 0-100 km em 2,3 segundos e uma velocidade máxima de 320 km/h.
O SF90 XX Stradale recebeu um sistema de travagem melhorado, com pinças de travão redesenhadas no eixo dianteiro. Atrás, os rotores cresceram de 360 para 390 mm. Há ainda um novo sistema ABS EVO que trabalha em conjunto com um sensor 6W-CDS para obter uma estimativa da velocidade do veículo e depois calcular a distribuição adequada da travagem.
Esteticamente, os XX recebem um visual mais agressivo, com um lábio dianteiro mais pronunciado, com entradas de ar a direcionarem o mesmo para a zona inferior da carroçaria. Os XX contam ainda com um pacote aerodinâmico mais sofisticado, com entradas de ar adicionais em cada um dos lados do nariz e mais duas perto do centro. A isso junta três guelras em cada um dos lados do para-lamas dianteiro. Na traseira há mais duas entradas de ar na cobertura do motor, posicionado atrás do tejadilho. A isso junta também ventilação adicional nos para-lamas traseiros. Por fim, atrás há uma asa traseira fixa de série – sendo a primeira vez que a Ferrari optou por esta solução num modelo de estrada desde o F50. As mudanças operadas permitem gerar 530 kg de “downforce” a 250 km/h – que só na secção dianteira é 20% superior. Este que é o Ferrari de estrada aerodinamicamente mais eficiente de sempre conta com molas mais rígidas, menor altura ao solo atrás e menos 10% de rolamento da carroçaria.
Por dentro, o SF90 XX recebe um tablier em Alcantara e vários apontamentos em fibra de carbono. O punho da caixa foi posicionado mais à frente e os bancos são feitos de uma peça única, embora com uma estrutura elástica ajustável que liga a zona superior e a inferior.
No que diz respeito ao Spider (ver última foto), esta versão “droptop” permite movimentar o tejadilho em 14 segundos. Esta versão conta com menos entradas de ar na zona posterior, comparativamente com o coupé.
