A história do Porsche 356 que acabou nas mãos de Walter Röhrl

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Modelo tem origem num projeto originalmente pensado por um mecânico de aviões chamado Viktor Grahser.

Se a Porsche possui a reputação de ser um dos construtores mais exclusivos do mundo, é graças ao caminho trilhado pelo seu primeiro veículo de produção, o 356. Dada a sua importância histórica, o modelo é muito valorizado pelos amantes de automóveis, entre os quais está o conhecido antigo campeão do mundo de ralis, Walter Röhrl. Na verdade, o primeiro automóvel que o piloto alemão comprou, ainda com vinte e um anos de idade, foi precisamente um Porsche 356.

Fazendo jus à expressão “não há amor como o primeiro”, Walter Röhrl adquiriu, recentemente, um exemplar muito especial do modelo. Apelidado de Porsche 356 “3000 RR”, este veículo começou como um projeto da autoria de Viktor Grahser, um mecânico de aviões. Ao longo da sua vida, Grahser delineou um plano com a finalidade de instalar o motor de 3.0 litros com seis cilindros do primeiro Porsche 911 Turbo (930) num Porsche 356 B Roadster de 1959. Apesar de todos os seus esforços, o mecânico acabou por falecer e nunca conseguiu terminar a sua obra. Alguns anos mais tarde, um colecionador chamado Rafael Diez, fica a par da situação e, em jeito de homenagem, decide dar continuidade ao projeto. No decurso do restauro, para além da afinação do motor, Rafael Diaz fabrica uns para-choques sobredimensionados, instala novas grelhas junto ao motor e acrescenta um lábio frontal – tudo de acordo com o projeto inicial.

Após a transformação consumada, o colecionador decide abordar Walter Röhrl e solicita que o ex-campeão do mundo realize um teste ao Porsche 356 “3000 RR”. O piloto acede ao pedido, mas fica um pouco cético em relação à transformação, referindo que “a minha primeira abordagem a este 356 B Roadster convertido foi muito cautelosa, achava que demasiados parâmetros tinham sido alterados”. Ainda assim, o alemão decide experimentar e acaba a narrar a experiência da seguinte forma: “logo desde o início, o carro parece perfeitamente equilibrado, a condução é suave e precisa transmitindo um enorme sentimento de diversão”. De facto, o piloto ficou tão impressionado com esta transformação que decidiu, de imediato, comprar o modelo. Mais tarde, como forma de salientar o seu carinho pelo veículo, Röhrl decide colocar insígnias das suas quatro vitórias no rali de Monte-Carlo sobre as grelhas do capot. Viktor Grahser ficaria orgulhoso.

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