Mitsubishi suspende novos modelos na Europa

Mitsubishi Engelberg Tourer Concept

Com vista a uma redução dos custos globais, a operação do construtor nipónico irá concentrar-se sobretudo no mais rentável sudeste asiático.

No final de maio, a aliança Renault-Nissan-Mitsubishi anunciou várias medidas de redução de custos com vista a enfrentar a crise de vendas provocada pela pandemia do Covid-19. A marca mais pequena deste trio, a Mitsubishi, será tem o objetivo de reduzir 20% dos seus custos em dois anos. Para cumprir aquilo a que se propõe, o construtor será obrigado a congelar a introdução de novos modelos na Europa – mercado que em 2019 representou cerca de 10% das vendas globais da marca (1,1 milhões em todo o mundo, no total). Isto significa que os modelos atualmente em comercialização, como o Space Star ou a L200, não deverão um substituto direto quando saírem de cena – o que acontecerá assim que deixarem de cumprir com as normas de emissões da UE. Como tal, a próxima geração do Eclipse Cross ou do Outlander PHEV (que será inspirado no Engelberg Tourer Concept, na imagem), provavelmente feitos com recurso a mais componentes oriundos da aliança face aos modelos atuais, não deverão estar disponíveis por cá.

Isto não significa, porém, taxativamente que se a Mitsubishi estará em vias de suspender as suas operações no Velho Continente – embora esta nova medida deixe em aberto essa possibilidade para o futuro. Para já, o que é dito em comunicado é que será uma decisão irreversível – acreditando numa recuperação do mercado -, até porque os departamentos de vendas, peças e oficinas da marca continuarão em funcionamento. A razão desta suspensão é puramente financeira, sendo que a marca japonesa prefere nesta altura dedicar-se a uma região mais rentável como o sudeste asiático (ASEAN) – zona estratégica para aliança e onde a Mitsubishi regista um sucesso assinalável com a venda de SUV e pick-up, com uma quota de mercado de 6,4% (face a 1% registado atualmente na Europa) com lucros na ordem dos 514 milhões de euros (comparado com apenas 103 milhões de euros registados nos restantes mercados globais). Aliás, o plano é crescer nesta zona do globo até ao final de 2022. A América do Sul, África e Oceânia são outros dos mercados vitais para a Mitsubishi.

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