Morreu Robert Opron, o autor do Citroën SM

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O designer francês, ícone para os ‘Citroënistes’, foi também o responsável pelo GS e pelo CX.

Morreu Robert Opron, um designer de automóveis que se destacou sobretudo pelos trabalhos de alguns dos mais emblemáticos modelos da Citroën entre as décadas de 1960 e 80. O francês nasceu a 22 de fevereiro de 1932 e morreu no passado dia 29 de março (com 89 anos).

Inicialmente ligado às artes, Opron começou a sua ligação aos automóveis com o concept Simca, conhecido por Fulgar, em 1958, tendo logo de seguida sido convidado diretamente por Flaminio Bertoni para o suceder à frente do departamento de design da Citroën em 1962. Tendo como primeira missão redesenhar o DS de Bertoni, Opron procurou melhorar a sua componente aerodinâmica, além de ter fechado e aprimorado os faróis. Além disso, desenvolveu igualmente os conhecidos faróis direcionais e um novo nariz de tubarão para o mítico modelo em 1967. O projeto seguinte foi o primeiro familiar da marca do duplo Chevron, o GS, que foi COTY em 1971 e o modelo mais vendido da Citroën durante alguns anos. Em 1970, desenhou aquele que é considerado a sua “obra prima”, o SM, um modelo desportivo de luxo equipado com um motor V6 da Maserati, com uma silhueta em forma de lágrima, que tinha um coeficiente de arrasto de apenas 0,336. Em 1974, saiu da caneta de Opron um novo topo de gama da Citroën, o CX. Aquele que foi o COTY de 1975 esteve em produção durante um período de 17 anos, misturando elementos do DS e do GS, embora com uma abordagem mais moderna, recorrendo a linhas mais fluídas e aerodinâmicas. Nesse mesmo ano, devido a problemas financeiros, a Citroën foi agregada à Peugeot, formando a PSA – que decidiu prescindir dos serviços de Opron.

Quem não perdeu tempo com isso foi a concorrente Renault que logo lhe deu trabalho. A sua primeira missão, em 1980, foi redesenhar o Alpine A310, seguindo-se o Fuego, concebido para ser uma referência no capítulo aerodinâmico, mas também elegante e espaçoso. O projeto subsequente foi o Renault 9 (COTY em 1982) e em 1983 a versão hatchback chamada Renault 11. A marca de Boulogne-Billancourt entregou também a Opron a responsável de conceber um novo topo de gama, o Renault 25 – uma mistura entre o clássico e o moderno, com forte componente aerodinâmica – que se tornou num sucesso comercial em França e no resto da Europa.

Seguiu-se uma passagem de Opron pela Fiat, período no qual foi o responsável pelo desenho inicial de um protótipo construído em conjunto entre a Alfa Romeo e o carroçador Zagato. Este protótipo daria origem ao SZ, que esteve disponível apenas em vermelho com cobertura em cinzento, e viu serem produzidas singelas 1036 unidades. Entre 1991 e 2000 regressou a França para operar como consultor de design, tendo trabalhado com vários fabricantes europeus até à sua reforma.

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