Citroën BX 4TC Evolution vai a leilão

Citroën BX 4TC

Raro exemplar do modelo de ralis do Grupo B foi conduzido participou no WRC em 1986.

Ainda hoje, quase quatro décadas após ter arrancado, o Grupo B é recordado como um período marcante para a história dos ralis. Nessa altura, os fabricantes apresentaram verdadeiros “monstros” com motores turbo de elevada potência e tração integral e com um visual impactante. A Citroën foi uma das marcas envolvidas com o exótico BX 4TC. Agora, a Artcurial vai leiloar um exemplar deste raro modelo de competição, do qual se estima que existam apenas seis ou sete unidades.

Este BX 4TC em particular foi um dos carros que passou pelas mãos do piloto de ralis Jean-Claude Andruet. Tal como as imagens comprovam, o carro está em boas condições, e tal com o próprio a Andruet comprova: “a caixa de velocidades ainda está muito boa… embora o carro tenha estado todos estes anos num museu”.

O BX 4TC começou a ser desenvolvido em 1983, um ano após o arranque do Grupo B. Foram criados cinco protótipos com diferentes finalidades, nos quais variavam as motorizações e até o desenho do próprio chassis. Contudo, a Citroën acabou por optar por uma configuração de chassis monocoque e motor dianteiro com injeção de combustível e uma versão turbo de um antigo bloco do Chrysler 180. Quando entrou em competição, em 1986, este carro não conseguiu acompanhar a concorrência, que tinha seguido a configuração de motor central. O BX 4TC pesava 1150 kg, mais 190 kg que o mínimo de 960 kg estipulado como limite para o Grupo B. Outros carros nesta classe tinham carroçaria em material compósito, o que ajudava a baixar de forma significativa o peso. Como se não bastasse as penalizações pelo peso excessivo, este BX de corridas também sofria de falta de potência, uma vez que os 380 cv eram bem menos que os 500 cv ou mais que rivais como o Lancia Delta S4 e o Ford RS200 ofereciam. O BX 4TC trazia ainda o famoso esquema de suspensão hidropneumática, que começou por ser utilizado no Citroën DS de estrada. A juntar a isso, o BX não tinha nem uma caixa sequencial nem um diferencial central, o que não ajudava no comportamento sobretudo em curva. O sistema de direção assistida variável DIRAVI não ajudou a mudar essa situação. Com todas estas condicionantes, é natural que o BX 4TC só tenha disputado três provas do WRC, tendo ainda assim alcançado um sexto lugar no Rali da Suécia de 1986. Em Monte Carlo e no Rali da Acrópole sofreu acidentes e de vários problemas mecânicos. Apesar disso, Andruet elogiou o comportamento da suspensão do BX nos pisos irregulares da prova grega.

Com o cancelamento do Grupo B em 1986 por razões de segurança, o programa do BX 4TC também chegou ao fim. Foram vendidos, alegadamente, 62 exemplares do modelo “road legal”. Já este exemplar do modelo de competição será leiloado a 24 de outubro em Paris (França). A leiloeira estima que possa ser arrematado entre 250 e 350 mil euros.

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