O grupo francês prevê que a marca alemã regresse aos lucros em breve. Haverá uma aposta forte no mercado chinês e possivelmente nos EUA.
A PSA tem um plano ambicioso para a recuperação das marcas Opel e Vauxhall, que inclui um regresso aos lucros e uma expansão global. Para atingir estas metas, o grupo francês quer, em primeiro lugar, recuperar a imagem da marca na Europa e depois lançá-la em força em mercados-chave como a China e possivelmente os EUA.
Carlos Tavares está confiante que a Opel se possa tornar num verdadeiro “campeão europeu”, pois os carros da marca são conhecidos pela “precisão alemã”, fator que ajudará à exportação a mercados onde a própria PSA não tem tido uma presença muito forte. Até 2024, a Opel continuará a estar ligada à General Motors, mas o processo de substituição das plataformas dos seus modelos pelas bases modulares da PSA já começou. As plataformas CMP e EMP2 permitirão evoluir para a “eletrificação” (e poupar de 20 a 50% em custos de desenvolvimento face às estruturas anteriores), havendo desde já a promessa que até à referida data todos os modelos da Opel terão pelo menos uma versão híbrida plug-in ou elétrica. Os modelos 100% elétricos chegarão em 2019 com o Corsa, que se juntará ao Ampera-e, Grandland X plug-in e a um comercial de passageiros elétrico. A marca está ainda a apostar num plano de eficiência no processo produtivo que lhe permitirá aumentar a margem operacional em 2% até 2020 e 6% (considerado o padrão da indústria atual) até 2026.
O centro de pesquisa e desenvolvimento da Opel em Rüsselsheim tornar-se-á numa espécie de centro de excelência para o grupo PSA em 15 áreas, incluindo o fabrico de bancos, futuros motores a gasolina e pesquisa relacionada com pilha de combustível, mantendo, ainda, o atual estatuto de centro de design dos modelos da marca alemã. Ouvido pela imprensa alemã, Ferdinand Dudenhöffer, diretor do CAR-Institute na Universidade de Duisburg-Essen, afirma que a Opel, apesar de perder a sua independência, poderá ter um papel vital dentro do grupo, sobretudo através do seu centro de P&D em Rüsselsheim. O objetivo da PSA será que a Opel não perca mais clientes, contrariando a tendência dos últimos anos.
No futuro, a Opel prevê ter apenas quatro famílias de motores em vez de dez, ficando responsável pelo desenvolvimento de um novo motor de quatro cilindros para o grupo, que ao que tudo indica será um 1.6 (associado a um sistema híbrido). Através da partilha de componentes com a PSA, a Opel terá acesso a uma caixa automática de oito velocidades e a uma nova caixa mais leve DT2, especialmente concebida para sistemas híbridos e a funcionar em conjunto com um sistema elétrico de 48V, o que permitirá ter um sistema de recuperação de energia em velocidade de cruzeiro.