Renault poderá descontinuar Espace, Scénic e Talisman

Renault Espace

O foco do construtor francês doravante serão os mais lucrativos SUV e os elétricos.

A Renault deve abandonar a dupla de monovolumes históricos Espace e Scénic, assim como a atual berlina de referência Talisman, face à crise atual. Fontes próximas da marca francesa afirmam à Reuters que o construtor está prestes a apresentar um plano de redução de custos de 2 mil milhões de euros para os próximos três anos. Este plano deverá forçosamente obrigar a Renault a prescindir de alguns modelos que estão a perder fulgor em termos de vendas (logo, menos lucrativos), dando prioridade a modelos mais “seguros” como os SUV e os crossover. Outra aposta de futuro que não será suspensa será a dos elétricos.

Estas decisões de racionalização da gama deverão ser consumadas no final deste mês de maio, altura em que a parceira de aliança Nissan anunciará o seu próprio plano de reestruturação financeira. Um dos cenários que se tem especulado é da possível saída da marca japonesa da Europa, concentrando a sua atividade nos EUA, China e Japão.

Recorde-se que a Espace foi pioneira do segmento dos monovolumes. Originalmente lançada em 1984, o modelo atualmente já na quinta geração (de 2015) representou mais de 1,3 milhões de unidades comercializadas. Contudo, a quebra de 21% das vendas do modelo de sete lugares para cerca de 10 mil unidades em 2019 poderá traçar o seu destino. Outro modelo importante para desaparecer da gama da Renault será o monovolume mais compacto Scénic, que tem perdido terreno para o SUV Kadjar. Pelo caminho ficará também, alegadamente, o Talisman. Este trio é produzido em Douai e o seu lugar deverá ser ocupado por dois modelos feitos com base na nova plataforma de modelos elétricos da aliança – sendo que um deles será o SUV Nissan Ariya.

Os cortes na gama da Renault não deverão ficar por aqui. Pelo caminho poderemos ter ainda a berlina Fluence, que ainda é vendida na América Latina, mas modelos mais insuspeitos como o substituto do elétrico Zoe e até a berlina Mégane. Neste momento, há fontes que adiantam que o SUV de formato coupé Arkana, atualmente disponível no mercado russo, será aposta em toda a Europa para compensar as vendas do Mégane e possivelmente substitui-lo a longo prazo. Os cortes poderão não ser tão radicais assim uma vez que o estado francês – dono de 15% da Renault – está neste momento a negociar um empréstimo de quatro a cinco mil milhões para da marca para colmatar os efeitos da crise provocada pelo coronavírus. Em 2019, o construtor registou o primeiro ano de resultado operacional negativo em dez anos.

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