Modelo híbrido combina um motor V12 no eixo posterior com dois motores elétricos no eixo dianteiro e outro na caixa de velocidades.
A Lamborghini revelou o Revuelto, o seu primeiro supercarro de produção híbrido plug-in. Este modelo também conhecido pelo nome de código LB744, que vem suceder ao Aventador, estreia uma nova orientação estética para a marca italiana, mas mais importante do que isso inaugura uma era de “eletrificação”. Este Revuelto tem como propulsor principal um motor V12 6.5 L545 naturalmente aspirado a debitar 825 cv às 9250 rpm (com “red line” às 9500 rpm) e 725 Nm, que, embora tenha rodado 180 graus, é na prática uma evolução do bloco utilizado no Aventador – o que faz dele o V12 de estrada mais potente de sempre da Lamborghini, com mais 45 cv que o Aventador LP780-4 Ultimae. Este bloco de doze cilindros, que é 17 kg mais leve face ao anterior e que envia potência para o eixo traseiro, vem integrado num módulo híbrido plug-in que traz dois motores de 150 cv, responsáveis pelo movimento de cada uma das rodas dianteiras, e outro de 34 cv incorporado na nova caixa de dupla embraiagem de sete velocidades, que ajuda mover as rodas posteriores. Este conjunto permite ter um supercarro de tração integral, com capacidade de vectorização de binário, além de possibilitar através do modo City ter um carro elétrico de tração dianteira com 180 cv. O resultado é uma potência conjunta de 1015 cv – naquele que é o primeiro modelo da marca de Sant’Ágata Bolognese a ultrapassar a barreira dos mil cavalos. Com o “launch control” ativo, o Revuelto anuncia 0-98 km/h em 2,5 segundos, 0-200 km/h em menos de 7 segundos e uma velocidade máxima de 350 km/h. Estes valores superam, respetivamente, os 2,8 seg. e 8,7 seg. anunciados para o Ultimae, sendo que o novo híbrido é apenas 5 km/h mais lento face ao antigo Aventador. Este novo rival do Ferrari SF90 Stradale vem equipado com uma bateria de 3,8 kWh capaz de carregar em meia-hora utilizado numa tomada de 7 kW ou seis minutos utilizando o V12 como gerador.
O Revuelto mantem alguma ligação estética com o Aventador, por via das portas de abertura em tesoura, mas as suas linhas são mais elegantes e atléticas face ao antecessor de perfil mais angular. Novos são também elementos tais como as luzes diurnas, farolins e entradas de ar forma de Y. O subchassis é em fibra de carbono, assim como a célula dos ocupantes. A estrutura é 40% mais rígida do que antes. Nota ainda para os pneus traseiros de medida 345/30 ZR21, para as duas ponteiras de escape hexagonais e para o motor V12 exposto na traseira. Nova é também a asa traseira ativa que pode ser reposicionada manualmente ou consoante o modo de condução acionado. A zona inferior da carroçaria e o difusor traseiro agressivo permitem obter até mais 33% de “downforce” na dianteira de 74% na traseira face ao Aventador Ultimae. Se contemplarmos o peso a seco, o Revuelto tem 1772 kg, mais 222 kg face ao antecessor. As baterias pesam 70 kg e os motores dianteiros acrescentam mais 80 kg ao conjunto. Contudo, apesar de ainda não existirem valores homologados, o Revuelto promete ter consumos e emissões de CO2 cerca de 30% mais baixos face ao antecessor.
Por dentro, o novo supercarro traz um painel de instrumentos digital de 12,3 polegadas e um ecrã central tátil de infotainment disposto na vertical com 8,4 polegadas. A estes junta-se um terceiro visor digital de 9,1 polegadas do lado do passageiro. O sistema permite, por exemplo, fazer “swipe” e transferir a informação de um ecrã para outro. É possível escolher entre 13 modos de condução: o Città totalmente elétrico; o Strada que mantem o V12 mais vivo, mas a caixa e o amortecimento em conforto; o Sport que se subdivide em três variantes (Recharge, Hybrid e Performance) permitindo até 907 cv; e por fim, para obter a toda a potência disponível, é necessário acionar o Corsa e o Performance. O volante tipo “yoke” é inspirado nos Squadra Corse de competição. Do menu fazem ainda parte o Amazon Alexa, as atualizações “over the air”, faróis LED matrix, além de um pack de segurança que inclui o aviso de saída de faixa, aviso de ângulo morto, cruise control adaptativo e aviso de tráfego posterior.